Juvenal e o Telegrama

Juvenal "tava" desempregado há meses. Porém... com a resistência que só os brasileiros têm, o Juvenal foi tentar mais um emprego em mais uma entrevista.

Ao chegar ao escritório, o entrevistador observou que o candidato tinha exatamente o perfil desejado, as virtudes ideais e lhe perguntou:

- Qual foi seu último salário?
- "Salário mínimo", respondeu Juvenal.
- Pois se o Senhor for contratado, ganhará 10 mil dólares por mês!
- Jura?
- Que carro o Senhor tem?
- Na verdade, agora eu só tenho um carrinho pra vender pipoca na rua e um carrinho de mão!
- Pois se o senhor trabalhar conosco ganhará um Audi para você e uma BMW para sua esposa! Tudo zero!
- Jura?
- E lhe digo mais... O emprego é quase seu. Só não lhe confirmo agora porque tenho que falar com meu gerente. Mas é praticamente garantido. Se até amanhã (6ª feira) à meia-noite o senhor NÃO receber um telegrama nosso cancelando, pode vir trabalhar na segunda-feira com todas essas regalias que eu citei. Então já sabe: se NÃO receber telegrama cancelando até à meia-noite de amanhã, o emprego é seu!

Juvenal saiu do escritório radiante. Agora era só esperar até a meia-noite da 6ª feira e rezar para que não aparecesse nenhum maldito telegrama. Chegou a sexta-feira e, mais feliz que nunca, Juvenal já se considerava rico. Então Juvenal reuniu a família e contou as boas novas.

Chegou a tarde e nada de carteiro, o emprego era dele. Convocou o bairro todo para uma churrascada comemorativa à base de muita música.

No início da noite já tinha um barril de chopp aberto. Às 9 horas da noite a festa fervia. A banda tocava, o povo dançava, a bebida rolava solta. Dez horas, e a mulher de Juvenal aflita, achava tudo um exagero, pois ainda não era meia-noite.

A vizinha gostosa, interesseira, já se jogava pro lado do Juvenal. E a banda tocava! E o chope gelado rolava! O povo dançava! Onze horas, Juvenal já era o rei do bairro. Gastaria horrores para o bairro encher a pança. Tudo por conta do primeiro salário. E a mulher resignada, meio aflita, meio alegre, meio boba, meio assustada: "meu Deus, ainda falta uma hora".

Às onze horas e cinqüenta e cinco minutos. Vira na esquina buzinando feito louco, um cara numa motoca amarela... Era do Correio!

A festa parou! A banda calou! A tuba engasgou! Um bêbado arrotou! Uma velha peidou! Um cachorro uivou!

Meu Deus, e agora, quem pagaria a conta da festa?

"Coitado do Juvenal!" Era a frase mais ouvida. Jogaram água na churrasqueira!

O chope esquentou! Juvenal se mijou e a mulher desmaiou!

A motoca parou! O cara desceu e se dirigiu ao Juvenal:

- Senhor Juvenal Silva?
-Si, si, sim, sô, sô, meu Deus, sou eu...

A multidão não resistiu...
- OOOOOHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!

E o cara da motoca:
- Telegrama para o senhor...

Juvenal não acreditava. Pegou o telegrama, com os olhos cheios d'água, ergueu a cabeça e olhou para céu, depois mirou o rosto de cada um. Silêncio total. Não se ouvia sequer uma mosca! Juvenal respirou fundo e abriu o envelope do telegrama tremendo, enquanto uma lágrima rolava, molhando o telegrama. Olhou de novo para o povo e a consternação era geral.

Tirou o telegrama do envelope, abriu e começou a ler. O povo em silêncio aguardava a notícia e se perguntava: E agora? Quem vai pagar essa festa toda?

Juvenal recomeçou a ler, levantou os olhos e olhou mais uma vez para o povo que o encarava...

Então, Juvenal abriu um largo sorriso, deu um berro triunfal e começou a gritar eufórico.
- Uuuuuuuuuuuuuuuhhhhuuuu... Mamãe morreeeeuuu! Mamãe morreeeeuuu!!!!!

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